quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Tempo

 Já faz um tempo que eu estou querendo vir aqui. E ironicamente o termo "tempo" foi o que me trouxe.

Mais de dois anos desde a última vez que escrevi. Tanta coisa aconteceu que eu nem tenho como e por onde começar. Eu ganhei e perdi muita coisa nesse tempo. 

Afinal, o que é tempo? 

A cada dia que passa eu tenho mais certeza que o tempo tem significados em duração diferente para cada um de nós. É algo que não podemos tocar, sentir ou voltar. Eu já me peguei muitas vezes desejando que gostaria que o tempo acelerasse. Para que eu pudesse ver meu futuro, onde estaria, o que viveria. 

Nunca parei para pensar que o futuro podia ser tão difícil sem você aqui.

Não importa quantas vezes eu tento escrever para mim ou para um alguém, eu sempre volto para você. Nunca que eu pensei que no meu futuro você não estaria aqui. Eu sempre temi essa realidade, e ainda sim, nem em meus piores pesadelos, você teria ido tão cedo. A vida sem você aqui ainda é muito dolorida. 

Eu achei que com o tempo... iria melhorar, mas parece que não há tempo o suficiente para curar essa dor. E aqui está ele de novo, o tempo. 

Ainda sim, eu sou grata a ele (tempo), porque mesmo quando eu fui mandada de volta ao Brasil sem querer, eu ganhei mais tempo com você. 2 anos. Insuficiente, porém mais valioso que qualquer coisa nesse mundo. 

E agpra eu pergunto novamente, o que é o tempo? São os minutos que vive com você? São os as longas viagens que fiz para te ver? São todos os telefonemas que fizemos? Foram anos grudadas e porque parecem que foram apenas alguns breves momentos?


Por que eu tive que perder tanto tempo sem te ver? Por que eu terei tantos anos sem ter você? Não é justo.

Eu preciso de tempo para me recuperar da sua perda. Seja lá quanto tempo e o que isso significa. 

Eu sinto sua falta. 

domingo, 1 de agosto de 2021

It's been a while

 Olá Ronnie, tudo bem?

Acho que eu estava devendo um post, faz um tempo que não passo por aqui não é mesmo?

Por solicitação da sua piscicóloga você está aqui para refletir quem você é, quem você se tornou. Tanta coisa aconteceu desde que você postou a última vez. Dessa vez eu decidir ir mais fundo e voltar ao começo. 

Seu primeiro post foi a 12 anos atrás. Tentei achar algum post onde eu me descrevia quem eu era mas acabei de distraindo cm vários textos. O que foi bom, ajudou a ver o quanto você evoluiu, não só sobre você mesma, mas também na escrita (ainda bem).

Ironicamente dia 13 de Março de 2010 você fez um post sobre metamorfose e falou sobre beleza. Eu acho que você nunca se permitiu ou imaginou que a borboleta seria um símbolo tão importante para você hoje, 11 anos depois. 

Foi uma sensação estranha passar por esses posts porque em muitos deles eu senti exatamente o que senti ou  simplesmente lembrava do que eu passei naquela época. Apesar de hoje você não ser aquela pessoinha apaixonada pelos ídolos como naquela época, muita coisa não mudou, muita coisa ainda faz sentido.

Seu amor e vício por música, sua paixão por NY e sua estação do ano favorita continua sendo o Outono. Você continua corajosa, sonhadora e continua sonhando em um mundo melhor, mis justo e mais que tudo, continua buscando se melhorar.

Em seu tempo onde você conta as boas notícias onde você conseguiu realizar o sonho de ir estudar fora você diz: "não importa quanto tempo leve, um, dois ou cinquenta anos, se você voltar, vai guardar dinheiro e para voltar e começar do zero." Cá estamos vivendo isso literalmente.

Então muita coisa mudou, outras coisas continuam a mesma e apesar dos altos e baixo eu tenho orgulho da minha história e de quem fui. Tenho orgulho maior ainda de quem eu sou, da minha essência.

Ainda estamos trabalhando em construir uma auto estima. Ainda estamos nos conhecendo e redescobrindo, mas já crescemos tanto, vivemos tanto.

Tudo foi e é um ensinamento.

Você ainda está aprendendo a amar, ainda está aprendendo a se amar, apesar dos defeitos. Aprendendo a errar, a se confundir, a olha para dentro, fora e ao redores. Entender seus sentimentos e o que você quer. 

A Ronnie nesses doze anos cresceu, mudou, se transformou, chorou, sorriu, viveu, viajou e até mudou de nome. A Ronnie de agora continua sonhadora como antes, focada, e está aprendendo a ser feliz com o hoje (mesmo planejando o amanhã).

A Ronnie de hoje está tratando a sua ansiedade e tentando deixar de se frustar com o que não da certo. Ela acredita no futuro e está pronta para começar tudo de novo.

A Ronnie de hoje definitivamente não é a mesma hoje, e tenho certeza que não será a mesma amanhã, mas apesar disso, ela está pronta para o que vier.

Ela está pronta para se transformar.

Em 2010 você assinou como Ronnie a lagarta, hoje você assina com Ronnie a borboleta.


domingo, 29 de setembro de 2019

Eu vi você partir

E assim do nada um dia, eu não senti mais nada
É estranho pensar que o que fez parte de mim 
por tanto tempo, hoje eu já nem lembro
Eu to livre, eu to vivendo mas ao mesmo tempo
eu penso, será que quero mesmo?
Eu quis por muitas vezes me livrar desse medo
pois hoje eu vejo que só fez parte de um desejo
Meu coração está feliz, está livre para  sentir
Eu tinha medo de ver você partir 
mas no final fui eu quem quis fugir 
É estranho pensar que não vejo mais você aqui,
como parte de um sonho que eu já vivi.
Não posso acreditar que a dor já não faz.
Agora tenho que me preparar para o que o tempo trará


domingo, 18 de agosto de 2019

Dear Blog, it’s been a while…


Queria poder vim aqui falar de coisas animadas, mas como de costume vim aqui para desabafar. Estou vivendo momentos, ou melhor meses difíceis. Eu acho que a vida está me dando uma baita lição e que eu realmente não sei direito o que ela quer que eu aprenda com isso. Minha teoria é que tenho que aprender paciência, aprendera lidar com frustração, mas o maior de todos é confiança.

Faz dois anos e meio que eu venho explorando esse mundo espiritual. Tendo diariamente experiências de autoconhecimento e aprendendo muito. Eu acho que a partir do momento que você se permite se abrir dessa forma a si mesma e olhar tudo o que você sente, isso te abre a mente e te faz se conhecer muito.
Toda vez que algo altera meu humor, seja lá qual forma, positiva ou negativa; eu paro e tento entender o porquê eu estou me sentindo daquela forma, se realmente é necessário reagir daquela forma. Isso foi imensamente importante para eu lidar com meus sentimentos, e principalmente meus sentimentos perante a outras pessoas.

Até ai tudo bem, mas nada disso me fez evitar sentir o que senti. Nos últimos meses eu tenho tido algumas crises de ansiedade. O que eu nunca tinha tido. Acho triste que pouca gente fala sobre, porque até agora eu não sei muito bem como reagir, eu apenas choro ou ligo para alguma amiga para me acalmar. Eu inclusive não gosto de falar com muitas pessoas sobre isso porque muitas delas não entendem ou acham que é frescura. Eu sempre fui ansiosa, quando eu era pequena minha mãe dizia que eu era ansiosa, mas mal sabia que na verdade eu tinha ansiedade. Ansiedade pode vim de várias formas, para mim vem com um trilhão de pensamentos e preocupações, choro, medo e as vezes até falta de ar. Eu normalmente quando estou ansiosa procuro ligar para alguém, andar, cozinhar ou achar uma distração imediata. Spoiler alert: Ler livro não ajuda.

Se não bastasse tudo isso, eu tenho que começar com as despedidas. Despedidas porque em quatro dias estarei mudando para a Disney. Apesar de todas as vagas de emprego que eu apliquei (perto de 500) a única porta que se abriu para mim, foi um estágio na Disney. Segura essa informação.

Enfim, por mais que eu não queria ficar em Dallas, essa cidade se tornou mais minha casa mais que qualquer outro lugar. Eu estou deixando grandes amigos e memórias aqui. Muitas lembranças, muitas “primeira vez.” As despedidas estão sendo bem doloridas porque eu sei que quando eu voltar a chance de ser apenas para o último “adeus” é bem grande. Uma mudança maior virá, talvez não será uma mudança de estado. Cada pessoa ou pessoinha que conheci aqui me tocou ou me mudou de alguma forma, e essa despedida está sendo horrivelmente dolorida.

E ai que eu volto ao ponto de a vida estar me dando uma lição. Eu acredito que tudo tem um toque do Universo, e que nesse momento o Universo está dando todos os sinais que eu apenas acredite no caminho que ele está me levando. Ir para Disney parece o trabalho dos sonhos, soa ser uma oportunidade incrível e é mesmo. Só que nem de longe foi minha primeira opção, na verdade sempre foi minha última opção. Eu tinha planos e sonhos, e nenhum deles era o caminho que estou seguindo, a porta que se abriu. E eu sei que estou reclamando a toa, eu sei que é uma grande oportunidade mas tudo foi muita frustração. A porta que se abriu é a porta em que eu não tenho ideia do que vai acontecer depois, é a porta da incerteza. Só o Universo sabe...

Eu só não estou pior por dois motivos. 1. mesmo que no passado eu tinha mais certeza do caminho que eu estava indo, algumas das portas que foram abertas para eu chegar aqui, não eram as portas que eu queria, mas eu fui, segui em frente e no final foram as melhores oportunidades que eu poderia sonhar. Então eu tenho confiança que tudo vai ficar bem no final, eu espero. 2. Meus amigos, eu estou cansada de falar sobre isso, explicar minha situação, meus medos, choros e ansiedades, só que mais cansada que eu provavelmente são eles que estão ouvindo as mesmas coisas várias e várias vezes.

Enfim, eu vou ter que mudar a forma que eu estou vendo essa situação, mudar minha atitude e aproveitar o que vier. Seja o que Deus/Universo quiser.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

"A sutil arte de ligar o F*da-se"

Faz mais de um ano que eu estava querendo ler esse livro. 

Por mais que odeie coisas que estão na "modinha," eu tenho que ficar grata por esse livro ter "viralizado" talvez eu nunca iria ter lido se se não fosse pelo sucesso que fez. A diferença é que eu não li por esse motivo, eu queria ler porque esse livro me intrigou desde o começo.

Minha intuição não estava errada. Eu amei cada capítulo desse livro. Ultimamente eu estou lendo livros com conteúdo mais intenso e importante que simplesmente ficções românticas. O conteúdo é um pouco mais útil para mim, porém eu preciso ler com muita atenção para absorver tudo. Decidi ler um capítulo por noite. Mais ou menos assim. Fui devagar porque queria ter certeza que estava entendendo, refletindo e pensando com calma no que eu estava lendo. 

Como eu me distraio muito lendo, eu tive várias vezes que tive que ler e reler os parágrafos para entender tudo. Enfim, mas eu li, e repito, eu amei.

O primeiro capítulo já foi excelente o suficiente, mas os capítulos seguintes foram essências para exemplificar o que o autor estava falando e nem consigo colocar em palavras o quanto esse livro é foda. Com apenas três capítulos lidos eu já era outra pessoa, eu tirei um peso das costas e fiquei livre de muitas ideias.

Eu me identifiquei muito com o autor em si, ele citou filósofos e budismo, tudo que me interessa muito. O mais interessante disso tudo é que muitas coisas que ele fala são coisas meio óbvias que nós nunca paramos para pensar. Spoiler alert: nós fazemos tudo ficar mais complicado, e ele fala sobre isso.

A coisa mais louca disso tudo foi o último capítulo. Como eu disse eu estava tentando ler um capítulo por dia. Obviamente não deu certo, muitas vezes eu estava cansada, com preguiça ou realmente não deu para ler. E tudo bem, só que tudo acontece por um porque. Se eu tivesse seguido o que programei eu já teria terminado esse livro há pelo menos uma semana, mas no fim hoje era o dia perfeito para eu termina-lo e eu vou explicar o porquê.

O último capítulo Mark fala sobre morte. Ele fala de quando ele perdeu um amigo e quando ele enfrentou a morte. Não vou dar detalhes porque eu gostaria que cada pessoa nesse mundo lesse esse livro, porém, justo hoje, eu mais uma vez sobrevivi. Hoje é mais um daqueles dias que eu por sorte cheguei em casa viva. Na real não sei falar isso sem soar dramática, mas como eu não to nem ai se alguém achar que estou, só tenho uma coisa a dizer: foda-se. :)

Hoje saindo da casa de uma colega, eu fui andando em direção ao ponto de ônibus. Antes de sair da casa eu fui avisada que iria chover. Eu recordo que tinha visto a previsão do tempo e não tinha chuva para aquela hora, o dia estava muito quente e até recusei o guarda chuva que me ofereceram porque eu simplesmente amo tomar chuva em dias quentes, até e dias frios também. Enfim, meu ônibus iria demorar para chegar, mas eu finalmente tinha conseguido falar com uma amiga, então sai antes da casa e fui andando mesmo que a chuva estava um pouco forte. Eu tive que voltar para a casa da minha colega porque havia esquecido algo lá, voltei e quando fechei a porta, a chuva aumentou muito, mas era uma mistura de chuva com vento. Até ai tudo bem, porque era chuva pesada mas nada demais.

Atravessei a rua e já não dava para voltar atrás, tudo foi aumentando. A chuva, o vento e nem dava mais para comunicar com a minha amiga. Eu não queria falar com ela, mas eu estava com medo. Aquilo não era uma chuva comum e o vento muito menos. O tempo tinha fechado do nada e estava tudo muito forte. Teve uma hora que o vento estava tão forte que eu nem conseguia andar e ele quase foi mais forte que eu. Eu nem tinha idea do que estava acontecendo, eu estava com medo de algum raio cair em mim ou perto de mim e estava com medo de alguma arvore ou algo voar em mim. Infelizmente naquela rua não tinha muita coisa para me abrigar, então a única coisa que fiz foi aumentar o passo e ficar no ponto de ônibus que era coberto e talvez cortaria um pouco do vento. O vento era tão forte que a chuva nem era meu maior problema, não dava para enxergar muitas coisas e eu sentia algo bater na minha cara como se fosse grãos de areia, descobri depois de granizo. 

Bom, para poupar de mais detalhes, por um milagre meu ônibus chegou 15 minutos mais adiantado, eu entrei ensopada e assustada. O ônibus foi orientado a não mover, mas o motorista continuou sua rota. Cheguei em casa ainda com o vento forte mas ainda não tinha noção do que tinha acontecido. Minha casa estava sem energia, e meu celular quase sem sinal e a internet quase não funcionava. Depois de me trocar e tentar entender o que aconteceu, meu amigo me falou que um tornado passou por Dallas. Eu não sei te explicar o quanto o vento estava forte, segundo os noticiário, até agora não foi confirmado se realmente foi um tornado, mas o vento estava até 120 km por hora. 

Depois de eu falar com meu amigo, foi ai que eu entendi onde eu estava, eu não vi nenhum tornado em si, mas o vento estava esquisito, eu lembro que até pensei na possibilidade, mas normalmente surge um alarme na cidade para isso.

Eu acho que eu não consigo explicar porque até agora é difícil entender o perigo que eu estava passando na rua. Não, eu não fui atingida por nada, e nada aconteceu, mas eu estava bem perto de ter acontecido. Minha colega mandou mensagem e disse que o estrago no bairro dela foi horrível, árvores caídas, partes de casas voaram, a minha casa teve um monte de partes de árvores caídas e quebradas com a força do vento e eu nem sei como eu cheguei em casa.

Agora que tudo passou nem parece que foi tudo isso, mas eu estava meio abalada quando cheguei em casa, eu lembro que quando estava na rua eu estava assustada e não sabia o que fazer, não sabia nem para quem ligar. Nem tinha o porque, a pessoa não teria o que fazer, eu estava longe e sozinha. O último capítulo de "A sutil arte de ligar o F*da-se" não poderia ser lido ontem, não poderia ter lido semana passada, ele tinha que ter lido hoje que de uma forma distante e assustadora eu pensei que ia morrer. Foi bom ler aquele livro e relacionar ao que estava sentindo ou refletir a isso tudo. É confuso e meio assustador lidar com essa situação, mas é só bom pensar que pelo menos eu estou viva, estou bem e nada fisicamente me aconteceu. Mais uma coisa a ser grata.





sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A dor sufoca
tão física como uma facada.
As pessoas dizem
que o tempo cura tudo
Será mesmo?
quero deixar de ser a mesma?

Tempo passa,
tempo não tem data
Só quero que passa.

Engraçado que dessa vez
a única culpada sou eu.

Tempo passa, tempo passa

Uma semana
e pareço melhor
A dor sumiu
mas a saudade resistiu
Dúvidas e mais dúvidas
Inseguranças e lembranças
O tempo não passa

Uma mensagem e um sorriso
continuo querendo o fim disso
Mais uma vez
não vai machucar

Pouco tempo passou
E o sentimento apagou
A dor se curou
e a saudade ficou

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Tudo isso é um processo,
nada vai sumir,
nada vai se curar tão rápido.
Os primeiros dias foram os mais difíceis.
Pensar que eu seria a única com saudades
machucava e eu lembrava
esse era o motivo de ter falado

O tempo passa devagar
e a ansiedade vai logo acabar,
A dor nem parece lembrar
que a saudade vai sempre estar

Apesar de hoje eu estar melhor,
eu já não consigo fingir
que o coração adora sentir
a saudade que persiste em existir
uma pena que hoje
eu já consigo resistir




Se arrependimento matasse

Reler textos antigos é assustador as vezes. Tem tanta coisa que eu sinto quando releio alguns textos que eu tenho vontade de deletar isso tudo. Mas eu não faço isso porque eu uso esse blog como acompanhamento do meu crescimento pessoal.
A prova que não há limites para passar vergonha.