sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Você já aprendeu alguma coisa nova hoje?

Tem duas coisas que desde o ano passado eu pratico todo dia: gratidão e aprender algo novo.

Parece besteira, mas apesar de óbvio a vida pode acabar a qualquer momento. Então eu luto todo o dia para me manter feliz e pelo menos sem reclamações. São das pequenas coisas que faz com que seu dia seja melhor.
Todo dia eu pratico a gratidão por absolutamente tudo, coisas que me alegram, coisas que me irritam e coisas que eu as vezes nem lembro que existe. Todo dia eu relembro das últimas coisas boas que me aconteceram; as bolsas escolares, minhas férias, minha família no Brasil, minha família aqui, meu College, meus amigos, minha vida e minha saúde. Eu agradeço pela minha saúde até quando eu to dormindo a base de remédios fortes para dor, porque eu poderia estar pior.
Eu me lembro do dia em que quase desmaiei na rua, enquanto eu senti minha visão embaçar, meu ouvido tampar e minhas pernas enfraquecerem, eu rezei para não desmaiar. Eu não ia ter condições de pagar uma conta de hospital. Por mais que a experiencia em si foi assustadora, quando eu fiquei um pouco melhor (Obrigada batata do Mc por me salvar), eu agradeci tanto por não ter acontecido nada por lá.
Quando estou a caminho do meu College a pé até o ponto de ônibus, eu fico agradecida por ter meio de transporte nessa cidade enorme. Eu agradeço por poder andar, agradeço pela água que eu tenho para me ajudar a sobreviver nesse semi inferninho que o Texas pode chegar. Agradeço o Ar condicionado, meu celular, minhas músicas, etc. Tem tanta coisa para ser grata que eu poderia ficar horas escrevendo.

Minha parte favorita é "aprender algo novo todo dia." Faz um ano e pouco que comecei aulas de piano com a vó americana. E isso talvez é algo que eu deveria ser mais agradecida e não do o valor o suficiente. (Take it for granted). Aos dez anos meus pais compraram de Natal um teclado para mim, eu lembro quando descobri uma caixa enorme de presente escondido e fiquei imaginando o que poderia ser. Quando eu abri e vi que era um teclado para mim eu sinceramente não fiquei tão feliz. Meus pais disseram que era algo que eu queria muito, mas quando eles falaram isso eu não lembrava de ficar pedindo um. E eu super ingrata na época não aproveitei nem a aula que eu tive com o professor que meus pais contrataram. Para ser sincera depois de ter as aulas que eu tive com a vó, eu não acho que ele foi um bom professor, apesar de ele ter me ensinado a tocar minha música favorita Além do Arco-íris.

Eu achava que um ano depois de aulas eu já estaria tocando um Mozart ou algo assim, hoje em dia eu só sei tocar músicas infantil e Jingle Bells e olhe lá. Eu achava que piano era só decorar os teclados e pronto. Mas a cada aula que eu tenho eu aprendo que existem várias maneiras e posições que os dedos precisão estar. Eu me surpreendo em toda aula com a capacidade dos movimentos dos meus dedos e como eu de certa forma aprendo rápido. Tocar piano, praticar e ter aula é uma coisa que eu tenho preguiça, muita, mas uma vez que eu sento no piano para tocar, eu acho que poderia passar horas tocando. A música, o som e a combinação de tudo que aprendo é mais uma coisa para ser grata. É lindo tocar piano, é gostoso aprender música, é como aprender uma nova língua.

Não é somente esse tipo de aprendizado que eu faço, eu tento aprender pequenas coisas também. Aprendo uma nova palavra em inglês, termo, até mesmo em português. Eu tento aprender a me entender melhor, entender o que sinto, aprender a tratar as pessoas diferente. Aprendo a ter paciência, empatia e simpatia. Eu estou praticando aprender a ouvir mais as pessoas, eu acho que sou muito egoísta e falo muito de mim. Eu aprendo um caminho novo, uma nova receita, uma nova palavra em lingua dos sinais.
Aprendo a lidar com o tempo, meus limites, defeitos, desencontros, problemas, dúvidas, inseguranças e medos. Tento aprender mais sobre as pessoas em minha volta, ou até sobre quem está do outro lado do mundo. Tem tanta coisa que temos que aprender, porque na real nós sabemos de nada sobre a vida, sobre o mundo. E cabe a nós escolhermos aprender ou viver na ignorância, em todos os sentidos.

Ah, eu também pratico (nem todo dia) e estou aprendendo a sempre reconhecer as pessoas pelo o que elas são ou representam. Você nunca saberá quando você deixará de ver/falar com alguém então porque esperar por um momento especial?

São as pequenas coisas que nos fazem descobrir mais sobre nós.

A única coisa que eu não consegui entender é porque diacho minha inspiração só vem de madrugada.

Atualização sobre Stella. Encontrei-a hoje nove da noite no ônibus, novamente sorrindo com dessa vez 5 sacolas e uma mini caixa térmica!


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