segunda-feira, 10 de junho de 2019

"A sutil arte de ligar o F*da-se"

Faz mais de um ano que eu estava querendo ler esse livro. 

Por mais que odeie coisas que estão na "modinha," eu tenho que ficar grata por esse livro ter "viralizado" talvez eu nunca iria ter lido se se não fosse pelo sucesso que fez. A diferença é que eu não li por esse motivo, eu queria ler porque esse livro me intrigou desde o começo.

Minha intuição não estava errada. Eu amei cada capítulo desse livro. Ultimamente eu estou lendo livros com conteúdo mais intenso e importante que simplesmente ficções românticas. O conteúdo é um pouco mais útil para mim, porém eu preciso ler com muita atenção para absorver tudo. Decidi ler um capítulo por noite. Mais ou menos assim. Fui devagar porque queria ter certeza que estava entendendo, refletindo e pensando com calma no que eu estava lendo. 

Como eu me distraio muito lendo, eu tive várias vezes que tive que ler e reler os parágrafos para entender tudo. Enfim, mas eu li, e repito, eu amei.

O primeiro capítulo já foi excelente o suficiente, mas os capítulos seguintes foram essências para exemplificar o que o autor estava falando e nem consigo colocar em palavras o quanto esse livro é foda. Com apenas três capítulos lidos eu já era outra pessoa, eu tirei um peso das costas e fiquei livre de muitas ideias.

Eu me identifiquei muito com o autor em si, ele citou filósofos e budismo, tudo que me interessa muito. O mais interessante disso tudo é que muitas coisas que ele fala são coisas meio óbvias que nós nunca paramos para pensar. Spoiler alert: nós fazemos tudo ficar mais complicado, e ele fala sobre isso.

A coisa mais louca disso tudo foi o último capítulo. Como eu disse eu estava tentando ler um capítulo por dia. Obviamente não deu certo, muitas vezes eu estava cansada, com preguiça ou realmente não deu para ler. E tudo bem, só que tudo acontece por um porque. Se eu tivesse seguido o que programei eu já teria terminado esse livro há pelo menos uma semana, mas no fim hoje era o dia perfeito para eu termina-lo e eu vou explicar o porquê.

O último capítulo Mark fala sobre morte. Ele fala de quando ele perdeu um amigo e quando ele enfrentou a morte. Não vou dar detalhes porque eu gostaria que cada pessoa nesse mundo lesse esse livro, porém, justo hoje, eu mais uma vez sobrevivi. Hoje é mais um daqueles dias que eu por sorte cheguei em casa viva. Na real não sei falar isso sem soar dramática, mas como eu não to nem ai se alguém achar que estou, só tenho uma coisa a dizer: foda-se. :)

Hoje saindo da casa de uma colega, eu fui andando em direção ao ponto de ônibus. Antes de sair da casa eu fui avisada que iria chover. Eu recordo que tinha visto a previsão do tempo e não tinha chuva para aquela hora, o dia estava muito quente e até recusei o guarda chuva que me ofereceram porque eu simplesmente amo tomar chuva em dias quentes, até e dias frios também. Enfim, meu ônibus iria demorar para chegar, mas eu finalmente tinha conseguido falar com uma amiga, então sai antes da casa e fui andando mesmo que a chuva estava um pouco forte. Eu tive que voltar para a casa da minha colega porque havia esquecido algo lá, voltei e quando fechei a porta, a chuva aumentou muito, mas era uma mistura de chuva com vento. Até ai tudo bem, porque era chuva pesada mas nada demais.

Atravessei a rua e já não dava para voltar atrás, tudo foi aumentando. A chuva, o vento e nem dava mais para comunicar com a minha amiga. Eu não queria falar com ela, mas eu estava com medo. Aquilo não era uma chuva comum e o vento muito menos. O tempo tinha fechado do nada e estava tudo muito forte. Teve uma hora que o vento estava tão forte que eu nem conseguia andar e ele quase foi mais forte que eu. Eu nem tinha idea do que estava acontecendo, eu estava com medo de algum raio cair em mim ou perto de mim e estava com medo de alguma arvore ou algo voar em mim. Infelizmente naquela rua não tinha muita coisa para me abrigar, então a única coisa que fiz foi aumentar o passo e ficar no ponto de ônibus que era coberto e talvez cortaria um pouco do vento. O vento era tão forte que a chuva nem era meu maior problema, não dava para enxergar muitas coisas e eu sentia algo bater na minha cara como se fosse grãos de areia, descobri depois de granizo. 

Bom, para poupar de mais detalhes, por um milagre meu ônibus chegou 15 minutos mais adiantado, eu entrei ensopada e assustada. O ônibus foi orientado a não mover, mas o motorista continuou sua rota. Cheguei em casa ainda com o vento forte mas ainda não tinha noção do que tinha acontecido. Minha casa estava sem energia, e meu celular quase sem sinal e a internet quase não funcionava. Depois de me trocar e tentar entender o que aconteceu, meu amigo me falou que um tornado passou por Dallas. Eu não sei te explicar o quanto o vento estava forte, segundo os noticiário, até agora não foi confirmado se realmente foi um tornado, mas o vento estava até 120 km por hora. 

Depois de eu falar com meu amigo, foi ai que eu entendi onde eu estava, eu não vi nenhum tornado em si, mas o vento estava esquisito, eu lembro que até pensei na possibilidade, mas normalmente surge um alarme na cidade para isso.

Eu acho que eu não consigo explicar porque até agora é difícil entender o perigo que eu estava passando na rua. Não, eu não fui atingida por nada, e nada aconteceu, mas eu estava bem perto de ter acontecido. Minha colega mandou mensagem e disse que o estrago no bairro dela foi horrível, árvores caídas, partes de casas voaram, a minha casa teve um monte de partes de árvores caídas e quebradas com a força do vento e eu nem sei como eu cheguei em casa.

Agora que tudo passou nem parece que foi tudo isso, mas eu estava meio abalada quando cheguei em casa, eu lembro que quando estava na rua eu estava assustada e não sabia o que fazer, não sabia nem para quem ligar. Nem tinha o porque, a pessoa não teria o que fazer, eu estava longe e sozinha. O último capítulo de "A sutil arte de ligar o F*da-se" não poderia ser lido ontem, não poderia ter lido semana passada, ele tinha que ter lido hoje que de uma forma distante e assustadora eu pensei que ia morrer. Foi bom ler aquele livro e relacionar ao que estava sentindo ou refletir a isso tudo. É confuso e meio assustador lidar com essa situação, mas é só bom pensar que pelo menos eu estou viva, estou bem e nada fisicamente me aconteceu. Mais uma coisa a ser grata.





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